Theo Jansen was born March 14, 1948 in the Netherlands. In 1979 Jansen
used his passion for physics and art and created a UFO out of PVC pipes
filled with helium. His creation that caused a near-riot, was a prank
that combined art and technology. Between 1984-1986, Jansen created a
painting machine that was slightly more advanced than his UFO. The
machine was made out of a tube with a light cell at the end. When the
light cell detected darkness, the machine would paint the silhouette of
an object up to two feet away from it. Theo Jansen is most known for his
wind-walking animals called Strandbeests. Strandbeests were made
entirely of PVC pipes and roam the windy beaches of Scheveningen,
Netherlands. When a gust of wind enters the pipes, the “legs” of the
animal lift and move forward. If a day is very windy, wind can be stored
into the animal’s “bladder” so that if there is no wind one day, the
animal will be able to move the same way with the stored wind. The more
advanced creations, are able to tell if the are in water and walk away
from it, others can detect if a storm is approaching and anchor itself
into the ground so it will not blow away. Theo Jansen’s plan for his
creations is to design them to be able to live on their own on the
beaches of the Netherlands.
Estruturas feitas de tubos amarelos em plástico passeiam, movidas a
vento, pelas praias da Holanda. Estes “animais de areia”, criados pelo
artista Theo Jansen, são fruto de um complexo trabalho de engenharia e
inspirados na teoria da evolução. Contudo, são também esculturas
impressionantes, que apesar de aparentemente frágeis conseguem evitar
obstáculos e resistir às tempestades.
Jansen cria esculturas movidas a vento que fazem lembrar animais pré-históricos, numa expressão da chamada arte cinética.
Os “animais de areia”, como o artista lhes chama (ou
strandbeests, no original holandês), são pensados a partir de modelos
computadorizados que permitem a Jansen optimizar os movimentos das
estruturas. Desta forma, as esculturas tornam-se aptas a caminhar na
areia, evitando obstáculos e conseguindo até recuar perante água, graças
a mecanismos muito simples que se baseiam no código binário.
Inspirado na teoria da evolução de Darwin, o artista vai melhorando
os seus animais, por tentativa e erro. Depois de criar um “animal de
areia” e observar o seu comportamento nas condições atmosféricas e
geográficas das praias, Jansen declara a escultura como extinta e começa
a trabalhar na próxima criação, corrigindo os problemas detectados no
antecessor.
O objectivo final é que as esculturas consigam “sobreviver” por si
próprias nas praias, sem ajuda de Theo Jansen. Por enquanto, o artista
já conseguiu resolver a parte locomotiva das estruturas, o armazenamento
de energia e a adaptação a condições adversas. As partes inferiores das
esculturas, semelhantes a pernas, movem-se mantendo o eixo ao mesmo
nível, para que a caminhada na areia seja facilitada.
Entretanto, no que Jansen chama “estômago dos animais”, estão
colocadas várias garrafas vazias que vão armazenando ar para
abastecimento energético. O ar comprimido será usado em alturas de pouco
vento. Por fim, graças aos mecanismos simples feitos também com tubos
de plástico, os animais de areia conseguem evitar a água e enterrar uma
estaca na areia em períodos de fortes tempestades.
Como é possível? O primeiro mecanismo funciona à base de um tubo que,
perto da areia, vai sugando ar. A partir do momento em que o tubo suga
água, encontra resistência e faz com que toda a estrutura se desloque
noutra direcção. Quanto às tempestades, o forte vento acciona um
mecanismo semelhante a um martelo que enterra um tubo na areia,
funcionando como âncora.
A sua criação mais recente, baptizada de Animaris Siamesis,
mostra-nos dois animais num só. As esculturas siamesas seguram-se uma à
outra, o que evita que sejam derrubadas pelos ventos fortes da costa.
Além disso, o Animaris Siamesis tem também o maior estômago de todas as
criações de Jansen, representando mais um passo na evolução.
Os strandbeests começaram a ser trabalhados por Jansen há 20 anos
atrás. Os tubos de plástico usados, além de muito baratos, são leves e
com uma aparência semelhante a ossos, o que dá às esculturas a aparência
de esqueletos. Antes de se meter nesta aventura de uma vida, o
artista-engenheiro estudou física na Universidade de Delft e, no
primeiro grande projecto cinético, criou um OVNI que assustou os
habitantes de Delft. Agora, os seus animais de areia criam espanto e
entusiasmo entre miúdos e graúdos. Apesar do efeito estético das
esculturas, Jansen confessa que quando planeia um novo animal está mais
preocupado com o seu funcionamento. Contudo, com a peça terminada, a
beleza do animal assoma, mesmo que a parte funcional não esteja
perfeita.
As criações de arte cinética alcançam o propósito estético quando
estão em movimento ou têm partes móveis, quer através de vento, quer
através de motores convencionais. A primeira escultura cinética é
atribuída a Marcel Duchamp e, desde então, artistas de todo o mundo não
têm deixado de nos deslumbrar. Para Theo Jansen, as fronteiras entre
arte e engenharia estão apenas na nossa mente. Daí que o artista
continue a trabalhar afincadamente no seu barracão de forma a produzir o
animais de areia cada vez mais evoluídos. E, se passar por uma praia na
Holanda, talvez o veja a brincar com uma das suas criações.